Paralisação dos caminhoneiros evidencia fragilidade e necessidade de preparação

“Protesto de caminhoneiros esvazia prateleiras e eleva preços no Rio: saco de batata chega a R$ 500 na Ceasa”
– G1

Apenas 3 dias se passaram desde o começo das paralisações e protestos dos caminhoneiros, mas as consequências já podem ser vistas. Três dias, isso mesmo, 72 horas, foi o bastante para as prateleiras começarem a esvaziar. Supermercados, estabelecimentos comerciais em geral já sentem o reflexos da falta de abastecimento que era feita, e os preços estão aumentando drasticamente.

A maioria das pessoas têm alimentos e recursos disponíveis apenas para alguns poucos dias, no máximo uma semana, e não se preocupam ou pensam que algo como uma crise pode nunca ocorrer. É como se pensassem “sempre que precisar basta ir no supermercado e lá vai ter comida”. Mas o cenário que se desdobrou mostrou que a coisa não é bem assim.

A paralisação que afeta 22 estados está sendo feita, segundo as principais mídias, contra o aumento do Diesel, feito pelo Petrobras. Alguns atos ocorrem diante de refinarias, impedindo a saída de caminhões-tanque.

Entretanto, a Petrobras anunciou nesta quarta que o preço do diesel deve cair 1,54% nas refinarias. Segundo a Agência Nacional do Petróleo, do Gás Natural e dos Biocombustíveis (ANP), o preço médio do diesel nas bombas já acumula alta de cerca de 8% no ano. O valor está acima da inflação acumulada no ano, de 0,92%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

 

Veja os principais reflexos da paralisação:

  • Falta combustível em vários postos em cidades do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Tocantins e Distrito Federal;
  • Diminuiu o número de ônibus em circulação no Recife;
  • Transporte escolar de algumas cidades do Mato Grosso foi suspenso;
  • Abastecimento de itens hortifrutigranjeiros do Ceasa está comprometido no Ceará e em Sergipe; no Rio, já houve alta dos preços de gêneros alimentícios;
  • Produção da fábrica da Volkswagen Taubaté foi interrompida por falta de peças; o protesto também afeta outras montadoras como a Chevrolet, Ford e Fiat.
  • Rede de supermercado de Juiz de Fora (MG) colocou cartazes em várias lojas avisando sobre a possibilidade de falta de alguns produtos;
  • Linhas de ônibus que atendem as cidades de Mogi das Cruzes, Suzano, Poá e Itaquaquecetuba, em São Paulo, estão atrasando cerca de 40 minutos;
  • Os Correios suspenderam temporariamente as postagens das encomendas com dia e hora marcados (Sedex 10, 12 e Hoje). Em comunicado, a estatal informou ainda que a paralisação também tem gerado “forte impacto” e atrasos nas operações da empresa em todo o país.Fonte: G1

 

Protesto de caminhoneiros contra o aumento do diesel na altura do km 158 da Via Dutra, na região de Jacareí, interior de São Paulo. (Foto: Nilton Cardin/Estadão Conteúdo)

 

 

 

 

 

No Rio de Janeiro a greve dos caminhoneiros provoca falta de combustíveis em várias cidades do Estado do Rio de Janeiro. O diesel não chegou às garagens de ônibus, e motoristas enfrentaram filas em vários postos na madrugada desta quarta-feira (23). Às 6h53, caminhoneiros chegaram a bloquear quatro faixas da Avenida Brasil, no trecho entre Jardim América e Parada de Lucas, em direção ao Centro do Rio, interrompendo totalmente o trânsito.

O RioÔnibus, entidade que representa as empresas do setor, alertou na terça (22) que as ruas do Rio teriam menos veículos circulando. No Ceasa, alguns alimentos já registram alta nos preços por causa da dificuldade no transporte.

Na Região dos Lagos também há paralisações, assim como nas rodovias do Sul do Rio de Janeiro. Caminhoneiros bloqueiam a RJ-106 (Rodovia Amaral Peixoto) parcialmente nesta manhã em Maricá. O protesto é na altura do km 30, nos dois sentidos, tanto São Gonçalo quando Saquarema.

As rodovias do Norte Fluminense também foram atingidas pela greve dos caminhoneiros. Há protestos nesta manhã na BR-101, em em Campos dos Goytacazes. O ato começou por volta de 6h30 no acostamento dos dois sentidos da rodovia, na altura do quilômetro 75, sem interferir no tráfego.

 

Postos estão ficando sem combustível (Imagens g1)

O Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis do Rio confirmou que já está faltando gasolina em postos da capital. O desabastecimento afeta ainda as lojas de conveniência. A informação é da Globonews.

Por volta do meio-dia e meia, caminhoneiros tentavam interditar o sentido Petrópolis da Rodovia Washington Luís, na altura da Refinaria de Duque de Caxias (Reduc). A Polícia Rodoviária Federal negociava a liberação do trânsito. O engarrafamento chegava a 8 km.

O fornecimento está prejudicado desde as 10 horas de segunda-feira, por conta da paralisação dos caminhoneiros, que neste momento já afeta pelo menos 21 estados, incluindo o Rio de Janeiro, e o Distrito Federal.

A reportagem da Globonews foi a dois postos na Tijuca e constatou bombas de gasolina e etanol secas. O diesel não chegou às garagens de ônibus, e motoristas enfrentaram filas em vários postos na madrugada desta quarta-feira (23).